"A hidrocefalia, popularmente conhecida como 'água na cabeça', é o acúmulo de liquor - o líquido cefalorraquidiano - na cabeça. A retenção deste líquido faz com que os ventrículos cerebrais se dilatem, o que pode provocar danos nas estruturas encefálicas", diz o especialista.
O liquor funciona como uma proteção dos centros nervosos, amortecendo os impactos de choques contra o encéfalo e a medula espinhal. Ele também é responsável pelo transporte de nutrientes para o cérebro, pela remoção de resíduos metabólicos e por manter a pressão intracraniana em níveis normais.
Múltiplas causas
O liquor se forma nos ventrículos, em uma área específica do cérebro, e normalmente fica em um volume total de 140ml a 170ml. "Este líquido se renova a cada 24 horas, em um processo natural do organismo. Quando acontece algum desequilíbrio que prejudique esta reabsorção do liquor pelo organismo, há o aumento do volume de líquido nesta região, o que caracteriza a hidrocefalia", explica Sandro.
Pequenos traumas e hemorragias ocorridos ao longo da vida, processos infecciosos ou inflamatórios sem sintomas registrados no histórico do paciente podem contribuir para o quadro.
Uma cirurgia minimamente invasiva e de baixo risco, chamada de cirurgia de derivação ventriculoperitoneal, é a forma mais comum de tratar a hidrocefalia. "Nela, é introduzido um cateter na cavidade ventricular para desviar o excesso de liquor para a cavidade abdominal. Através deste pequeno cateter, a quantidade de liquor que precisa ser drenada é regulada por uma válvula que fica entre os dois cateteres, para direcionar o excesso sempre que houver acúmulo", cita o cirurgião.